A dessalinização da água do mar no combate à seca

Por:  Rodrigo Ponce de Leon, presidente do Sinaenco/CE Acredito na dessalinização como alternativa complementar de fonte de água potável, viável econômica e ambientalmente. Assim como também acredito na capacidade de nosso capital intelectual para desenvolver tecnologia, políticas e regulamentações adequadas, capazes de garantir segurança hídrica para os setores produtivos e o consumo humano. O aprimoramento […]

Por:  Rodrigo Ponce de Leon, presidente do Sinaenco/CE
Acredito na dessalinização como alternativa complementar de fonte de água potável, viável econômica e ambientalmente. Assim como também acredito na capacidade de nosso capital intelectual para desenvolver tecnologia, políticas e regulamentações adequadas, capazes de garantir segurança hídrica para os setores produtivos e o consumo humano.
O aprimoramento progressivo de técnicas de purificação de água vem possibilitando a implantação de sistemas com alta eficiência para aproveitamento de águas salobras, marinhas e servidas. Já não são raras as cidades que investiram na construção de usinas dessalinizadoras de água proveniente do mar.
Em nossa região nordeste, especificamente no Ceará, ao associarmos as incertezas das mudanças climáticas com a necessidade de desenvolvimento econômico-social, tomamos ciência da urgência na laboração de uma política de gestão de águas que inclua o aproveitamento de água do mar na matriz de abastecimento. A definição de um modelo de produção e gestão de água doce apropriada ao consumo deve adequar-se às nossas condições específicas geomorfológicas, demográficas e econômicas.
Nesse sentido, venho a crer que um modelo descentralizado de produção seja o apropriado. Ao invés da construção de usinas de dessalinização de grande porte, a alternativa viável venha a ser usinas suficientemente grandes para atender comunidades isoladamente. Nem tão pequenas que dificultem a fiscalização dos parâmetros normatizados de qualidade nem tão grandes que exijam custos elevados de adução, distribuição e logística no que se refere ao descarte dos resíduos (água salgada).
Portanto, governos e sociedade devem evoluir na compreensão da justiça e da soberania inerentes ao acesso a recursos naturais do seu território por meio da autonomia de gestão e de produção, tendo a dessalinização como modelo de negócio devidamente regulamentado e explorado.