Sabesp enxerga no BIM ferramenta para melhorar a qualidade dos empreendimentos

Companhia de Saneamento vem utilizando a metodologia desde 2013. Experiência da Diretoria Metropolitana serão compartilhadas durante o Seminário Internacional, que o Sinaenco realiza no próximo dia 6 de novembro.

Um exemplo de como o BIM tem sido utilizado no setor de infraestrutura está na área de projetos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Em 2013, a Superintendência de Gestão de Empreendimentos da Metropolitana realizou seu primeiro projeto em BIM para a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Perus.

“Nossa unidade sempre trabalhou com inovação e temos procurado formas diferentes de contratar obras e projetos. Nós havíamos recebido uma demanda desafiadora e precisávamos cumprir a tarefa em um prazo recorde. Decidimos colocar em prática a modelagem BIM e conseguimos concluir a tarefa, que não seria possível nos modelos convencionais”, explica o engenheiro Francimar Nóbrega Rocha, gerente do Departamento Técnico e de Qualidade da Implantação.

O engenheiro será um dos palestrantes do Seminário Internacional BIM: Uma agenda para o Brasil, que será realizado pelo Sinaenco no dia 6 de novembro, em São Paulo. As experiências de utilização da Modelagem da Informação da Construção na Diretoria Metropolitana serão o foco da apresentação.

Nóbrega explica que os bons resultados iniciais estimularam a empresa a adotar a modelagem em outros projetos, entre 2017 e 2018. Por exemplo, nas obras complementares do Sistema São Lourenço, para desenvolver reservatórios e redes lineares. “Como o BIM permite as análises mais rápidas e a forma de projetar é mais automatizada, o processo é mais ágil. Define-se um template e a partir daí são geradas as listas de materiais e os volumes de cortes e de aterros, que saem automaticamente. E a verificação fica mais simples”, avalia.

No momento, a Sabesp está trabalhando com as etapas de projeto, construção e racionalização dos processos de construção. Nóbrega explica que a avaliação conjunta do projeto, com o banco de preços de materiais e serviços da Sabesp e a agilidade da execução de projeto em BIM, permite a análise de cenários e a escolha da melhor solução para cada obra. “Essa base ainda não está integrada, mas já é possível calcular em paralelo, com rapidez”, explica Nóbrega. O executivo da Sabesp ainda não tem uma avaliação das economias geradas pelo BIM em seus projetos, mas avalia que com a replicagem do processo em vários projetos, esses trabalhos serão mais rápidos e mais detalhados, trazendo economias a longo prazo.

Implantação progressiva

Muitas construtoras ainda não estão familiarizadas com a modelagem BIM. Por isso, após o projeto a equipe da Sabesp gera plantas em 2D para que as empreiteiras possam compreender o que está sendo proposto. “Para estimular a mudança, em alguns de nossos contratos com as construtoras exigem que o as built (documento que registra como a obra foi construída) seja preparado no padrão BIM.

“Provavelmente, para fazer isso essas empreiteiras terão que contratar consultorias que conheçam a nova linguagem, e isso é um mercado para as empresas de projeto”, prevê.

Em breve a companhia promete publicar o edital da ETE Mairiporã, que também foi modelado em plataformas BIM. “Esta contratação é inovadora uma vez que estamos incluindo desempenho e solução aberta. Damos os parâmetros de entrada, de saída, a tecnologia a ser usada, a qualidade necessária para a longevidade da obra. E tudo o mais fica a cargo do construtor. O contrato é de performance: se o resultado for melhor, há um bônus para todos, Construtor e Sabesp”, conclui.