No campo político, o Brasil ganha nova Constituição que celebra os valores democráticos. O texto assegura: “É livre a associação profissional ou sindical (...)”. No campo econômico, o momento é de crise, que para a engenharia se reflete em atrasos nos pagamentos de contratos com o governo, praticamente o único cliente das empresas. Nasce o Sindicato Nacional das Empresas de Engenharia Consultiva, ou ‘Sinenco’. Assume a presidência o engenheiro Cristiano Kok, da Engevix.
Criação da primeira regional do Sindicato, em São Paulo. A arquitetura integra o universo de representação da entidade, que adota nova denominação: Sinaenco.
No dia seguinte à posse do presidente Fernando Collor de Mello, todas as aplicações financeiras são confiscadas. As medidas causam redução momentânea da inflação, queda da dívida pública, desemprego e insatisfação popular. É instituído pelo governo o Programa Nacional de Desestatização (PND), por meio do qual serão vendidas 33 empresas públicas até 1994. É fundada a regional Minas Gerais.
Fundação da regional Rio de Janeiro.
Os esforços para a estruturação da entidade nacionalmente resultam na criação, em um mesmo ano, de seções regionais. São elas: Bahia, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
O Sinaenco torna-se o primeiro sindicato do Brasil a obter seu reconhecimento no Poder Judiciário, com uma ação declaratória de legitimidade. Em 21 de junho, é criada a Lei de Licitações 8.666. O Sindicato participa ativamente das discussões para a formatação da legislação e consegue destacar no texto os chamados serviços técnicos especializados, priorizando a contratação desses por critérios técnicos. Criação da regional Ceará.
Em 1º de julho entra em vigor o Plano Real. No mundo da tecnologia, a novidade são os primeiros provedores que possibilitam o acesso de pessoas e empresas à internet, antes restrita ao meio acadêmico. O Sinaenco comemora a aquisição da sua sede no coração de São Paulo. Início da gestão do engenheiro Roberto Araújo Pereira, da Vetec. No mesmo ano são fundadas as regionais em Goiás e Santa Catarina.
Criada a seção do Sinaenco no Espírito Santo.
O presidente Fernando Henrique Cardoso, que havia assumido o país em 1995, é reeleito para mais quatro anos de governo. Ao longo dos mandatos, o político dá continuidade ao PND. Um dos marcos é a venda da Companhia Vale do Rio Doce e de várias estatais de serviços. Para o setor de A&EC, as mudanças significam a entrada do cliente privado num mercado até então dominado por contratos públicos. O Sindicato conta com 5,5 mil empresas associadas. Início da gestão do engenheiro Cyro Laurenza, da C2E.
A engenheira Norma Gebran Pereira, da Coplaenge, assume a presidência do Sinaenco, que representa 12 mil empresas associadas. O cenário político nacional é marcado pela vitória de Luís Inácio Lula da Silva na eleição presidencial.
O Sindicato abre-se para a sociedade, passando a atuar em questões que vão além dos interesses das empresas associadas. É lançada a Campanha pela Valorização do Projeto, com o objetivo de disseminar a importância da justa contratação dos serviços de A&EC. Outra ação, a Campanha Prazo de Validade Vencido, revela o péssimo estado de conservação da infraestrutura em diversas regiões do país. E como resultados imediatos, os governos municipais destinam verbas para a manutenção de pontes e viadutos.
A Petrobras anuncia a descoberta do pré-sal. Em julho, é identificada no campo de Tupi, na Bacia de Santos, a primeira jazida de óleo leve. Tem início a gestão do engenheiro José Roberto Bernasconi, da Maubertec, à frente do Sindicato.
Antecipando o anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, o Sinaenco visita 27 estádios em 18 cidades, com o objetivo de verificar as condições desses equipamentos. O relatório técnico mostra a necessidade de uma completa renovação nos estádios. O governo federal lança o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em junho, é apresentado o relatório Vitrine ou Vidraça - Desafios do Brasil para a Copa de 2014, síntese das visitas realizadas pelo Sindicato nas cidades candidatas a sediar jogos do Mundial. Ainda em junho, entra no ar o Portal 2014, com o objetivo de ser a principal referência sobre a infraestrutura para a Copa. Em outubro, o Rio de Janeiro confirma o favoritismo e ganha a disputa para sediar a Olimpíada 2016.
Brasil elege a primeira presidente mulher da sua história, Dilma Rousseff. O engenheiro João Alberto Viol, da JHE, passa a presidir o Sindicato.
O Sindicato intensifica a campanha contra o uso do pregão para contratação de serviços técnicos especializados. Como resultado, diversos processos são suspensos ou cancelados pela Justiça. Por outro lado, o governo cria o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), para dar agilidade às obras da Copa do Mundo. O regime prevê a ‘contratação integrada’, que permite a licitação de obras e serviços de engenharia sem projeto.
O Sindicato celebra 25 anos. Como parte das comemorações, promove a campanha Olho no Futuro, com a realização de eventos sobre planejamento urbano em 12 capitais brasileiras. Em outra frente de ação, o Sinaenco insiste na tese de que o RDC é ineficiente para agilizar o cronograma das obras da Copa, publicando um primeiro estudo sobre as licitações para intervenções nos aeroportos.
Com 12 estádios novos ou renovados, o Brasil sedia a segunda Copa do Mundo da sua história. Os avanços prometidos na infraestrutura das cidades são parciais: um dos marcos negativos é o VLT de Cuiabá (MT), cuja obra, licitada por RDC, arrasta-se para além do ano do megaevento. O engenheiro José Roberto Bernasconi dá início a mais uma gestão como presidente do Sindicato.