Estudo inédito apresenta as dez piores calçadas paulistanas
A ação, realizada em abril, mapeou quase 1.600 imperfeições nas calçadas de cidades em todo o país, dentre elas, em São Paulo
Um estudo desenvolvido pelos ativistas do Instituto Corrida Amiga avaliou as calçadas paulistanas dentro da Campanha Calçada Cilada 2017. As dez piores calçadas de São Paulo serão apresentadas em evento que acontece, nesta quinta-feira, 8/6, às 14h, no Espaço VivaCidade. Esse espaço está inserido na Semana das Tecnologias Integradas para Construção, Meio Ambiente e Equipamentos, que acontece entre os dias 7 a 9 de junho, no São Paulo Expo, na rodovia dos Imigrantes, km 1,5, em São Paulo.
A ação, realizada em abril, mapeou quase 1.600 imperfeições nas calçadas de cidades em todo o país, dentre elas, em São Paulo. Em 2012 e 2013 o Brasil descobriu que suas cidades tinham em comum uma doença endêmica de calçadas esburacadas, estreitas, cheias de degraus e outros obstáculos que impedem o simples caminhar urbano. A constatação saiu da Campanha Calçadas do Brasil, que avaliou essa infraestrutura em 39 cidades do país e extraiu a nota média de 3,7 para as calçadas, numa escala de zero a dez.
Após isso, em 2014, o Corrida Amiga tomou a iniciativa de realizar uma maratona para indicar as “ciladas” encontradas nas calçadas. Nascia a Campanha Calçada Cilada, que se repetiu em 2015, 2016 e agora, em 2017, com a interação ao aplicativo Colab.
Na entrevista coletiva a equipe do Corrida Amiga vai mostrar exemplos de “armadilhas pega-pedestre” comuns em todo o Brasil e mostrar também as soluções indicadas para cada caso. No encontro eles também apresentarão algumas correções de calçadas realizadas em São Paulo e outras cidades após a campanha de 2017.
A ativista Silvia Stuchi lembra que as prefeituras têm demonstrado grande interesse em entender o que é a mobilidade a pé, para além da calçada, incluindo a sinalização urbana, a iluminação, a existência de fachadas ativas e outras condicionantes que podem atrair ou repelir a pessoa que prefira caminhar a tirar seu carro da garagem. “Em todo o mundo hoje existem pessoas que lutam para a reconquista dos espaços urbanos para as pessoas, como lugares para festas, reuniões, namoro, enfim a vida plena, fora do carro, olho no olho, com amor”, sugere o ativista.
Projeto de rua acessível e inclusiva é contraponto aos resultados do estudo
No próprio espaço VivaCidade, poderá ser visto um exemplo de ‘Rua do Futuro’. Trata-se do ‘Ruas Completas’, que mostra, em escala real, as vantagens de uma via acessível, sustentável e inclusiva. Pelo conceito desse projeto, pedestres, idosos, pessoas com necessidades especiais e ciclistas podem circular com tranquilidade, e com automóveis transitando em baixa velocidade, e há faixa exclusiva para ônibus.
O Projeto Ruas Completas é uma iniciativa do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e do WRI Brasil Cidades Sustentáveis.