Capacitação em BIM: o buildingSmart chega ao Brasil para elevar as práticas do openBIM
O Construtivo criou um centro de treinamento certificado que ministra o curso e a prova de certificação. Durante o evento ERA BIM haverá uma turma finalizando o curso e realizando a certificação.
O uso do BIM (Building Information Modeling) vem crescendo significativamente no Brasil, especialmente após a aprovação da Nova Lei de Licitações (14.133) que, na prática, tornou obrigatório o uso da metodologia em obras públicas. Segundo estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a quantidade de empresas no Brasil que usam o BIM atingiu a margem de 20,6% em março de 2024, contra 9,2% no mesmo período de 2018, quando a lei ainda não existia.
Dentre diversos aspectos, dois se destacam em relação aos obstáculos para ampliar a disseminação da metodologia BIM em nosso mercado. O primeiro deles está no entendimento de que o BIM se restringe apenas a aspectos técnicos e o segundo refere-se à utilização de padrões de dados desassociados das ferramentas de produção e análise dos modelos.
Analisando o primeiro aspecto, a adoção da metodologia BIM pressupõe um nível de colaboração muito mais alto que o tradicionalmente adotado, demanda o compartilhamento de dados e a eliminação de silos normalmente encontrados. Novos conceitos e documentos precisam ser adotados e isto deve estar refletido nos contratos, propostas e todos os demais elementos de gestão.
O escopo holístico é que faz do BIM o principal indutor da transformação digital no setor
Esse escopo holístico é que faz do BIM o principal indutor da transformação digital no setor, demandando um entendimento de seus conceitos por todos, inclusive pelo nível estratégico das empresas. Dentro da cadeia não se deve ficar limitado a engenharia e obra, mas englobar os agentes financeiros, operadores, seguradoras, donos dos ativos, além de toda a indústria de materiais e equipamentos.
Já o segundo aspecto está relacionado aos padrões de comunicação e armazenamento de informações, os chamados modelos de informação do projeto ou do ativo. Nesta área, a buildingSMART se posiciona como a organização que vem definindo e resolvendo as questões e desafios apresentados pela indústria. Ela é responsável pelo desenvolvimento dos padrões abertos, openBIM, que permitem integrar todos sem imposição de fabricante de software e garantem a perenidade do acesso aos dados ao longo das décadas de vida do ativo construído.
A buildingSMART se posiciona como a organização que vem definindo e resolvendo as questões e desafios apresentados pela indústria.
Os padrões abertos associados com a família de normas ISO 19.650 formam um framework básico para o desenvolvimento da metodologia BIM. Importante chamar a atenção que a parte 2 da família de normas, a que trata da fase de construção, descreve os processos de levantamento de requisitos, preparação para licitação, montagem de propostas e contratação, temas que são de fundamental importância para o domínio de executivos além dos quadros técnicos.
Tudo parece muito confuso e de difícil implantação, tornando-se comum o cenário em que, ao falar sobre os benefícios e vantagens do BIM, a conversa acabe soando como um sonho distante, como uma ficção. Mas, felizmente, é mais simples do que parece se as ações forem feitas da forma correta e planejada.
Um primeiro passo para comprovar essa facilidade da adoção do BIM é realizar um curso rápido, de 16 horas, associando à certificação internacional emitida pela buildingSMART, que faz parte do seu programa de certificação profissional, o PCERT. O Construtivo criou um centro de treinamento certificado que ministra o curso e a prova de certificação. Durante o evento ERA BIM (Sinaenco) teremos uma turma finalizando o curso e realizando a certificação no dia 28 de novembro.
A adoção dessa certificação permite que engenheiros, arquitetos e gerentes de projeto, que direta ou indiretamente se envolvem com o BIM, consigam se destacar no mercado, oferecendo um diferencial competitivo que demonstra compromisso com a precisão, a qualidade e a eficiência em projetos complexos. Essa é a jornada para elevarmos o padrão nacional nas melhores práticas de mercado e, como consequência, proporcionar maior sustentabilidade para os projetos e para uma gestão mais eficiente do ambiente construído.
*Marcus Granadeiro é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP, membro do RICS – Royal Institution of Chartered Surveyors (MRICS), certificado em Transformação Digital pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e sócio-diretor do Construtivo, empresa de tecnologia com DNA de engenharia, que é parceira em treinamento e certificação da buildingSMART Brasil.