Eficiência começa na contratação de bons projetos
Planejar antes de construir pode resultar em economia significativa no custo final da obra
Com a crise pela qual o país está passando, fazendo com que o dinheiro fique cada vez mais curto nos bolsos, o jeito é tentar economizar em tudo que puder. E para aqueles que estão planejando construir, a economia é fundamental. As formas de contratação de projetos de arquitetura e engenharia e, consequentemente, suas implicações na qualidade do empreendimento são temas recorrentes entre os profissionais da área. Para se ter uma ideia, um bom planejamento pode reduzir em até 15% o valor da obra, afirma o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva de Minas Gerais (Sinaenco-MG), Lucas Ribeiro Horta. Para ele, o que define um bom projeto é estar amparado no saber técnico e na experiência. “O projeto executivo é tido como instrumento único e insubstituível para obter obras de qualidade.”
Para ele, um dos grandes problemas são os curtos prazos, desconsiderando o tempo de maturação do projeto, que é muito importante. “A execução pode até ser boa, mas se o projeto for deficiente, os problemas surgirão mais à frente”, ressalta Lucas. O presidente do Sinaenco-MG diz também ter opinião contrária à contratação do projeto pelo preço mínimo. “Contrata-se o projeto pelo valor mais baixo, não levando em conta o compromisso com a qualidade das empresas de arquitetura e engenharia e desvalorizando os profissionais mais experientes. Não que seja uma regra, mas deve ser desmistificado.”
Lucas salienta que a economia na contratação do projeto pode gerar gastos futuros. “Projetos mal-elaborados podem levar a erros de execução, representando custos altos que virão a superar o valor economizado a princípio”, ressalta. Para ele, é altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou um engenheiro civil, de forma a se ter um projeto bem-elaborado. Segundo Lucas, toda obra tem seus imprevistos. No entanto, a falta de um projeto completo só reforça essa possibilidade, dando margem a um conjunto de falhas que implicam desperdício de tempo e de recursos. “Com projeto executivo benfeito, a construtora sabe os custos que vai ter e como executar a obra, sem precisar fazer estimativas de orçamento nem jogar os preços para o alto”, explica.
ANTECEDÊNCIA No caso das obras públicas, muito tempo é perdido em função de não serem pensadas com antecedência. “É notório o pouco esforço que costuma ser dedicado no Brasil às fases de planejamento. Em alguns países, como Alemanha e Japão, por exemplo, a fase de planejamento chega a demorar até a metade do tempo total do prazo de execução da obra. Se compararmos com o Brasil, normalmente, só um quinto do tempo é dedicado às etapas iniciais. No Brasil, muitas obras podem ser iniciadas apenas com um projeto básico. Sem detalhamento, é normal que surjam situações não previstas, exigindo mudanças no cronograma e mais dinheiro para a execução. Por isso, muitas obras não vão para a frente e precisam sofrer modificações por causa da demora na execução e pouca dedicação ao planejamento”, ressalta Lucas.
Fonte: Estado de Minas