Gerenciamento de dados é um dos desafios da ERA BIM
Expoentes internacionais que se apresentaram no primeiro dia do 6º Seminário, como o holandês Enzo Blonk (foto), destacaram a importância de padrões para a gestão de dados em BIM.
Tecnologia, modelagem, construção… Todas essas palavras são frequentemente associadas ao Building Information Modelling (BIM). Porém, na manhã do último dia 21 de novembro, quando se iniciaram os trabalhos do 6º Seminário Internacional A ERA BIM, o “I” do BIM esteve no foco das discussões dos especialistas, que ressaltam a importância da capacidade de gerenciar o grande volume de dados gerado pelas novas tecnologias e formas de trabalho.
O evento foi aberto pelo painel “BIM Mandate”, com a participação de Anne Kemp, presidente da BIM UK Alliance (Aliança BIM do Reino Unido, em tradução livre) e membro do comitê que desenvolve a estratégia de padrões globais para gerenciamento de informações em todo o ciclo de vida das obras. Ela deu um panorama do trabalho feito sobre normas e padrões internacionais e sua importância para a evolução do BIM, sobretudo diante dos desafios de sustentabilidade que o mundo enfrenta.
“Implementar o BIM tem a ver, antes de tudo, com tratar e gerir informação. Precisamos promover uma atitude voltada a dados que acompanhe toda a vida útil de um empreendimento, com normas e padrões que garantam que todos podem acessá-lo. Com isso, teremos uma melhor gestão da informação, e melhor base para a tomada de decisão. O objetivo não mudou muito, no sentido de termos como propósito contribuir para a sociedade e a economia”, disse Kemp.
Na sequência, o holandês Enzo Blonk, executivo da Cobuilder (empresa Europeia com foco em soluções digitais para gerenciamento de dados da construção conforme normas internacionais ISO e CEN), conduziu o painel “Gerenciamento de Dados na Construção”. O profissional destacou que no modelo tradicional da construção, os dados são acessíveis, porém insuficientes e desorganizados, enquanto que os modelos baseados em BIM possuem dados organizados, mas muitas vezes inacessíveis a muitas partes interessadas.
“Hoje, são necessários melhores processos de troca e gestão de informação. E se for resumir como fazer isso em uma palavra, o que precisamos são padrões. Padrões abertos e únicos para os objetos, padrões de acesso aos dados às partes interessadas, requisitos básicos para cada fase do ciclo de vida de uma construção”, afirmou Blonk.
John Messner, um dos principais responsáveis pela elaboração do plano de execução do BIM dos Estados Unidos, Luíz Alberto Medina, presidente do Conselho Diretivo do BIM Fórum Peru, Miguel Azenha, presidente da Assembleia Geral da buildingSMART Portugal, e Rodrigo Alvarado, arquiteto e pesquisador da Universidade Bío-Bío, no Chile, participaram de painéis ao longo do dia, nos quais traçaram um panorama do BIM em seus respectivos países.
Em cada um das regiões, o desenvolvimento de normas e padrões nacionais e internacionais relacionados ao BIM, que orientassem a gestão do grande volume de dados gerado pela modelagem, foi parte fundamental da evolução da metodologia em cada local. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde os padrões nacionais BIM já estão em desenvolvimento desde 2007, o desafio, segundo John, é tornar mais fácil a sua aplicação. “Temos nos esforçado para criar diretrizes, templates e definições de trocas de informação, baseados em padrões nacionais e internacionais, que facilitem a estruturação e execução dos contratos”, contou Messner.
Fotos: Ricardo Maizza