Os esforços para promover o BIM (Building Information Modeling) no Brasil têm se intensificado especialmente por parte do setor público, que nos últimos anos demonstrou significativo apoio ao desenvolvimento da metodologia no país. A começar pela Estratégia BIM BR, principal diretriz da implementação do BIM no Brasil, abordando aspectos como regulamentação, incentivos e exigências para seu uso em obras públicas.

Em 2024, com o início da segunda fase da Estratégia BIM BR, que previa a adoção do BIM em projetos e na gestão de obras públicas, o Governo Federal assinou um novo decreto (Decreto nº 11.888/2024), que instituiu a Nova Estratégia BIM BR. O novo regulamento reestrutura e fortalece as diretrizes estabelecidas em 2018 e 2020, fases iniciais do processo de implementação da metodologia no Brasil.

A Nova Estratégia BIM BR prevê não apenas a promoção dos benefícios do BIM, mas também o apoio às esferas federal, estadual e municipal para sua adoção, um dos grandes desafios nas contratações públicas. O plano também inclui a capacitação e formação profissional, um ponto crítico para a expansão do BIM no mercado brasileiro. O decreto estabelece ainda a criação de um novo Comitê Gestor, liderado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e composto por outros sete ministérios, além de representantes da Casa Civil.

“Existe uma vontade muito grande em avançar com a adoção do BIM no Brasil. Tivemos três governos completamente diferentes desde 2018, e todos eles promoveram avanços. Então, há vontade de fazer acontecer”, comenta o VP de Arquitetura do Sinaenco, Eduardo Sampaio Nardelli, curador do 7° Congresso Internacional: A ERA BIM.

O decreto foi assinado no mesmo dia e cerimônia em que o governo anunciou a Nova Política de Industrialização, conhecida como Nova Indústria Brasil (NIB), da qual a Estratégia BIM BR agora está vinculada.

Diretrizes do NIB

Além de investimentos bilionários em neoindustrialização, a NIB prevê linhas de crédito e incentivos a produtos nacionais. Dividida em seis missões prioritárias, a política destacam-se a Missão 3: Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades e a Missão 4 – Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade. A NIB traz um foco especial em inovação e sustentabilidade, áreas em que o BIM pode ser fundamental para o sucesso dessas metas.

Outras leis, planos e políticas públicas já fomentam o uso do BIM no Brasil. Em 2024, entrou em vigor a Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133/2021), que inclui o uso preferencial do BIM nas licitações públicas de engenharia e arquitetura. Embora Nardelli ressalte desafios institucionais para sua plena aplicação — a lei foi criada quando a adoção do BIM ainda era incipiente —, ela demonstra o interesse público na metodologia para otimizar e tornar mais eficientes os investimentos públicos.

Outro exemplo é o programa Construa Brasil, lançado pelo Governo Federal em 2022 para modernizar as empresas da construção civil e melhorar o ambiente de negócios do setor. Suas metas incluem três pilares, sendo um deles a Digitalização, com foco na capacitação em BIM e na disseminação da metodologia. Mais da metade das metas do programa envolve o BIM.

Esses marcos significativos para a implementação do BIM no Brasil estarão em pauta no 7° Congresso Internacional: A ERA BIM, evento que o Sinaenco promove nos dias 26 e 28 de novembro, em São Paulo.

Veja mais informações sobre o Congresso A ERA BIM no quadro abaixo.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil