Painel traça um panorama das normas BIM no Brasil

Além de abordar normas já publicadas, 6º Seminário Internacional A ERA BIM trouxe novidades sobre a nova norma NBR ISO 16739-1, voltada ao IFC, formato aberto e neutro de dados que facilita a troca de informações nos processos BIM.

O Brasil evoluiu muito no que diz respeito à normalização para a adoção cada vez mais intensa do Building Modelling Information (BIM) pelo setor de arquitetura, engenharia e construção. Atualmente, já existem cinco normas publicadas no Brasil sobre o tema, sendo a principal a NBR 15965, que trata do sistema de classificação da informação na construção – cujas últimas duas de sete partes foram publicadas em 2022.

Com o objetivo de atualizar o mercado sobre os novos padrões de classificação, agora traduzidos e transformados em normas brasileiras, o 6º Seminário Internacional A ERA BIM trouxe discussões importantes em um painel exclusivo. Participaram Carlos Eduardo Carneiro, da Caixa Econômica Federal, e Regina Ruschel, professora da Unicamp e pioneira na introdução do BIM no ensino de graduação no Brasil, ambos membros da Comissão de Estudos Especiais 134 da ABNT (CEE-134), que é responsável pela criação, edição e publicação das normas BIM brasileiras.

Carlos Eduardo Caneiro abordou detalhes das normas NBR ISO 12006-2, que dá diretrizes para o sistema de classificação em BIM, informando que a norma já foi traduzida e atualmente está em avaliação pela ABNT. Ele também comemorou a recente finalização da ABNT NBR 15965. “O Brasil é um dos únicos três países do mundo que tem sua norma publicada, abordando padronizações, tabelas, códigos, conceitos. Isso não é pouca coisa”, afirmou.

Regina Ruschel abordou sobretudo o desenvolvimento da NBR ISO 19650, partes 1 e 2, que tratam da gestão da informação em BIM e atualmente estão lançadas e em revisão no Brasil.

O painel trouxe também a apresentação da nova norma NBR ISO 16739-1, prevista para 2023, que trata sobre o IFC (Industry Foundation Classes), um formato de dados aberto e neutro, que visa permitir a troca de modelos de informação sem perda ou distorção de dados, uma vez que não pertence a nenhum fabricante – sendo, portanto, importantíssimo para a interoperabilidade entre sistemas.

Para João Gaspar, coordenador da CEE-134  e mediador do painel, as normas são importantes para orientar o mercado a respeito das melhores práticas para entregas em BIM. “As normas ajudam a estabelecer padrões de qualidade para a entrega de materiais como projetos de execução de obras e manutenção de ativos, além de para a gestão de contratos, por exemplo”, explicou.

Plenária 

Além do painel sobre as normas BIM, o 6º Seminário abrigou em sua programação uma plenária da CEE-134, que contou com a presença do presidente da ABNT, Mario William Esper (ao centro, de gravata vermelha). Isso permitiu aos congressistas conhecer de perto o trabalho de comissão. Todos os membros colaboram voluntariamente para o desenvolvimento de padrões brasileiros.

Fotos: Ricardo Maizza