Setor da construção diversifica comunicação
Em meio à crise, foco se volta para reinvenção das mensagens e para estratégias de mídias sociais
Novas Mídias e Formas de Comunicação no Setor da Construção foi o tema do workshop realizado durante o Construction Summit 2016, evento da cadeia da construção promovido, em junho, em São Paulo.
Com auditório lotado, o diretor de Comunicação do Sinaenco, Rodrigo Prada, traçou um panorama sobre as dificuldades de comunicação enfrentadas pelas empresas da construção brasileira, em meio à crise econômica que reduziu sua capacidade de investimento em publicidade. Prada alertou para a necessidade de reeinvenção da linguagem nas mensagens veiculadas na mídia, especialmente na internet e nas redes sociais.
A discussão teve sequência com a palestra do publicitário e historiador Vágner Barbosa, que traçou um breve perfil da comunicação no setor de projetos e obras, aliás um perfil bem conservador. “A construção divulga suas ações e propostas por meio dos veículos impressos e pelas feiras especializadas. A imprensa, como sabemos, foi inventada há mais de 500 anos; e as feiras de negócios também nasceram lá no final da Idade Média, na Europa”, lembrou o especialista em comunicação. Por fim, Barbosa lembrou que a imprensa de massa surgiu junto com a revolução industrial e também já tem mais de 150 anos.
“Esse modelo de mídia monopolista passa hoje por uma contestação e talvez estejamos assistindo ao seu ocaso. Qualquer pessoa que disponha de um celular pode fazer ‘jornalismo’ ou pode produzir mensagens publicitárias, pode ter uma agência de mídia”, provocou Vágner Barbosa.
Outra palestrante, Suzanne Darie, trouxe a experiência da Volvo Construction Equipment Latin America, que já atua fortemente nas mídias eletrônicas. Ela explicou que a presença na internet é importante para construir e consolidar a marca, mas lembrou que o maior desafio da atuação na internet é transformar um lead (contato com um potencial interessado no produto ou serviço) em uma venda real.
A gerente da área comercial da Volvo citou a experiência da empresa no Facebook com uma página dedicada especialmente aos operadores de máquinas, que tem sido muito eficiente na formação e troca de experiências entre os usuários.
Por fim, Suzanne citou os eventos itinerantes como uma atividade muito eficiente para a empresa, “embora seja uma mídia antiga e tradicional”, completou.
O último palestrante da manhã, Douglas Miquelof, do Sistema Globo de Rádio, mostrou a ginástica que o rádio está fazendo para sobreviver. Ele lembrou que embora hoje qualquer pessoa possa difundir informações por meio de computadores ou celulares, a questão central continua a ser a curadoria da informação, ou seja a confiabilidade que o veículo de comunicação pode passar ao grande público. Para o especialista em mídia de rádio, a questão chave é como associar a marca do cliente à marca da emissora e gerar uma informação útil e confiável para o mercado.
Ao final do encontro, após o debate, o mediador Rodrigo Prada sugeriu a continuidade da discussão entre as várias organizações que atuam nesse segmento, incluindo veículos, associações, empresas, agências e profissionais de publicidade.