Evento debate importância das normas técnicas sobre a metodologia da informação da construção

Padronização dos termos é fundamental para facilitar a comunicação entre os sistemas informatizados.

As normas técnicas sobre a metodologia da informação da construção foram o assunto do segundo evento da série do ‘Precisamos falar sobre BIM’. O encontro foi promovido pelo Sinaenco na última terça, 4 de setembro, novamente com grande presença de público.

“O governo estabeleceu, por meio do Decreto nº 9.377, que irá adotar o BIM nas contratações de projetos e obras públicas. O Sinaenco está atento sobre como esse processo se dará nos próximos anos e, por isso, decidiu liderar o setor, estabelecendo espaços de discussões permanente”, explicou, na abertura do evento, o VP de Arquitetura do Sinaenco/SP, Eduardo Sampaio Nardelli.

O Sinaenco promoverá, no dia 6 de novembro, seminário internacional sobre experiências de implementação da metodologia pelo setor público, adiantou Nardelli. Membros do Comitê Gestor da Estratégia BIM-BR, além de especialistas do Chile (país que está em processo semelhante ao do Brasil), dos Estados Unidos e da Inglaterra estão entre os convidados. Os detalhes da programação serão divulgados em breve.

Normalização em BIM

Dentro do cenário de difusão da metodologia no mercado brasileiro, as normas técnicas são fundamentais, ao padronizarem a nomenclatura de componentes e serviços da construção, garantido a interoperabilidade entre diferentes sistemas informatizados.

O status de desenvolvimento das normas BIM no Brasil foi o foco da apresentação do arquiteto João Gaspar, diretor do TI Lab e secretário da Comissão de Estudo Especial 134 da ABNT (leia a entrevista com o especialista).

A CEE-134 foi criada em 2009, com a missão de desenvolver um sistema de classificação para a construção. O trabalho foi iniciado com a tradução da ISO 12006:2010 (Estrutura para Classificação da Informação), que é base referencial da ABNT NBR 15965 (Sistema de Classificação da Informação da Construção), a primeira norma técnica brasileira sobre BIM.

Além de repassar o histórico da Comissão e detalhar a estrutura da NBR 15965, o especialista fez uma demonstração prática sobre a aplicação dos códigos da norma em diferentes softwares e por diferentes agentes.

Das sete partes planejadas para a NBR 15965, já foram publicadas: a parte 1 – Terminologia e Classificação, as partes 2 e 3 (Características dos Objetos da Construção; e Processos da Construção) e a parte 7 (Informação da Construção).

Segundo João Gaspar, a ABNT irá disponibilizar um sistema online para permitir a filtragem dos códigos da norma BIM e a exportação destes em uma planilha de dados. O usuário poderá, então, incorporar as informações ao seu banco de dados.

Outra novidade planejada pelo órgão de normalização será a possibilidade dos próprios usuários proporem a retirada ou modificação de termos da NBR 15965. Isso deve garantir que a norma esteja sempre em sintonia com a realidade do mercado brasileiro da construção.