Desabamento de viaduto no DF reforça importância de políticas permanentes de manutenção.
Estudos do Sinaenco, que apontavam problemas na estrutura, foram destaque na imprensa.
A expressão “tragédia anunciada” foi utilizada de forma recorrente pelos principais veículos de comunicação (TVs, jornais, rádios e sites) de todo o país nas mais de uma centena de reportagens sobre o desabamento de parte do viaduto Galeria dos Estados, sobre o Eixão Sul de Brasília. A “tragédia anunciada” referia-se principalmente aos estudos desenvolvidos em 2009 e 2011 pelo Sinaenco, dentro da campanha “Infraestrutura: prazo de validade vencido”, nos quais esse viaduto foi um dos mais mal avaliados.
No estudo de 2011, divulgado com grande repercussão na imprensa local e nacional e enviado às autoridades do DF, os responsáveis pela avaliação alertaram que o “Viaduto do Eixão no Setor Comercial Sul/Setor Bancário Sul apresenta o agravamento dos problemas constatados em 2009, necessitando de intervenção urgente face ao alto volume de veículos que ali trafegam“.
Alerta à sociedade e governos sobre a conservação das obras de arte urbanas
O Sinaenco vem realizando, desde 2005, estudos sobre a manutenção do ambiente construído, dentro da campanha intitulada “Infraestrutura: Prazo de Validade Vencido“, cujo objetivo é alertar sociedade e governos sobre a importância de políticas permanentes de manutenção de equipamentos públicos e obras de arte urbanas.
Além do DF, já foram realizados estudos do Infraestrutura: Prazo de Validade Vencido em 22 cidades brasileiras: 11 capitais e em igual número de cidades do interior paulista. Nesses estudos são analisadas as condições aparentes de manutenção de pontes, viadutos, praças, parques e edificações públicas.
As políticas permanentes de manutenção do ambiente construído – de edificações, pontes e viadutos, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, entre outros – são fundamentais para preservar o investimento e garantir o seu uso futuro de forma adequada. Estudos internacionais estimam que o ideal é que fossem investidos pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de um país na manutenção do ambiente construído. Assim, edificações, que têm vida útil estimada em 50 anos, por exemplo, poderiam estar renovadas e em perfeitas condições de uso por muito mais tempo. As administrações públicas brasileiras, nos três níveis de governo, destinam valores muito abaixo dos recomendados para manutenção.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reportagens destacam estudos do PVV do Sinaenco. Assista.